O presidente do Sintratel, Marco Aurélio, expressou sua indignação sobre o aumento da violência policial no Brasil, destacando o papel preocupante de um braço do Estado que, ao invés de garantir segurança e proteção, age com excessos contra a população. Casos recentes em São Paulo, como o espancamento de um motociclista rendido, a execução de um homem com 11 tiros pelas costas e até o arremesso de uma vítima de uma ponte, evidenciam a gravidade da situação.

“É alarmante ver uma parcela da sociedade apoiar essas práticas, mesmo quando atingem pessoas que cometeram ilícitos ou não. Pergunto: o que esses apoiadores fariam se um dia essa violência atingisse um parente, um filho, um sobrinho?”, questiona Marco Aurélio.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 aponta que pessoas negras estão 3,8 vezes mais propensas a morrer em intervenções policiais do que pessoas brancas. Dados da Human Rights Watch mostram que, desde 2018, houve um aumento da violência policial, com impactos profundos nas comunidades mais vulneráveis.

Segundo Marco Aurélio, o "efeito Bolsonaro" agravou a situação, ao promover ataques a instituições democráticas e disseminar desconfiança no sistema eleitoral, além de aumentar a violência política durante o período eleitoral. “O ex-presidente insultou ministros, jornalistas e desestabilizou a democracia, criando um ambiente de normalização da violência, inclusive policial.”

A solução, segundo o líder sindical, passa por uma mudança cultural e institucional profunda: “Precisamos exigir das autoridades que policiais sejam treinados para proteger, não para agredir. É necessário um controle rigoroso sobre os abusos e punições exemplares para quem ultrapassar os limites da lei. O combate à violência deve incluir o combate ao racismo e à desigualdade.”

O Sintratel reafirma seu compromisso de lutar por uma sociedade mais justa e segura, onde o direito à vida e à dignidade humana prevaleça sobre a barbárie.