Solicitações são feitas via internet até o próximo dia 26.
Os pedidos serão avaliados pelo Inep. Grupo também poderá utilizar banheiros compatíveis com a identidade de gênero.
A possibilidade de as candidatas travestis e os candidatos transexuais ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderem utilizar o nome social na prova é considerada um avanço para o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, porém, é preciso aprovar com urgência uma legislação que estenda o direito para todos os espaços, em principal para o trabalho.
“É urgente que haja uma mudança de legislação para que o uso do nome social comece a valer em todos os espaços, como nas companhias aéreas e no ambiente de trabalho, para evitar constrangimentos, permitir que essas pessoas desenvolvam ao máximo suas capacidades e para elas serem felizes”, afirmou. “E, para além disso, é preciso que aconteça uma revolução na educação básica, para que ela tenha um programa mais efetivo de combate à homofobia. Essas pessoas que chegam a fazer Enem são verdadeiras heroínas, por terem resistido tanto tempo enfrentando um ambiente de disputa. Com uma mudança no modelo, as pessoas terão um ambiente estudantil mais tranquilo.”
Para ter direito ao uso do nome social, basta o candidato acessar o site do Enem e enviar os documentos solicitados. O prazo para o pedido vai até o próximo dia 26, sendo que a solicitação só é válida para quem já está inscrito na prova. Os pedidos serão avaliados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
As provas serão aplicadas em 24 e 25 de outubro em mais de 1,7 mil municípios. Segundo dados preliminares, aproximadamente 8,5 milhões se inscreveram no Enem. Os candidatos podem treinar para a prova com o aplicativo Questões Enem, elaborado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que reúne todas as questões desde a edição de 2009. No sistema, é possível escolher as áreas do conhecimento que se quer estudar. O acesso é gratuito.O nome social passou a ser adotado oficialmente na aplicação do exame no ano passado, mas a solicitação era feita apenas por telefone. “É uma conquista pequena, mas representa uma grande oportunidade para essas pessoas”, afirma Cerqueira. “Acho formidável que exista essa possibilidade, porque é importante reconhecer cada vez mais o gênero feminino ou masculino que essas pessoas têm.”
Fonte: Brasil de Fato