Carlos Lupi, Ministro da Previdência, esteve na sede da União Geral dos Trabalhadores (UGT), na manhã desta sexta-feira (17/02), para um encontro com sindicalistas. O evento aconteceu de forma híbrida e entre os temas debatidos destacou-se o projeto de criação do Cartão Beneficiário, como uma forma de integrar benefícios voltados a aposentados e pensionistas. 

 

"A ideia é fazer como existia lá atrás, em que cada pessoa tinha um cartão do INAMPS, mas de forma ampla, moderna e que facilite", disse Lupi.

 

Segundo o ministro, o cartão terá convênio com a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, buscando unificar todos os serviços disponíveis para os (as) previdenciários (as). "É preciso rever os consignados, pois é um absurdo um trabalhador pagar essas taxas, mas já estamos com tratativas com bancos públicos", explicou.

 

Carlos Lupi ressaltou que já em março começam as tratativas para implantação da novidade que, imediatamente, tem o objetivo de reunir a gratuidade de ônibus, desconto em farmácias, teatro, passagem aérea, ou seja, a união das redes de benefícios para dar cidadania e respeito aos trabalhadores.

 

Ricardo Patah, presidente nacional da Central agradeceu a presença do ministro Carlos Lupi e enfatizou que os desafios serão enormes, uma vez que a UGT representa trabalhadores e trabalhadoras da base da pirâmide e, no que diz respeito a previdência, os problemas são enormes.

 

“Da estrutura sindical a mais relevante é o Sindicato. O Sindicato recepciona o trabalhador e a trabalhadoras, presta serviço e sabe até quando está faltando água na rua, ou seja, está na base. Na nossa central temos, entre tantas categorias, os funcionários públicos, não os que ganham salários astronômicos, mas sim os que carregam piano e ganham uma miséria, para eles a gente precisa ter um olhar diferenciado. Temos os trabalhadores de aplicativos, que é uma outra situação análoga à trabalho escravo, os condutores, os comerciários, asseio e conservação, bibliotecário, padeiros, telemarketing, etc, mas que encontram dificuldades previdenciárias”, explicou Ricardo.

 

Patah ponderou questões como a “vergonhosa fila do INSS”, e um conselho mais participativo dos atores sociais para estarem juntos a essa nova realidade do Brasil.

 

A reunião contou com a participação, presencial e virtual, de aproximadamente 200 dirigentes sindicais ugetistas de todo o Brasil. O ministro ouviu várias demandas e recebeu propostas, muitas com foco especificas para cada estado e respondeu questionamentos, sugerindo uma maior participação sindical no processo previdenciário, para que os Sindicatos sejam os olhos da previdência em cada canto.

 

Lupi defendeu a previdência pública e pediu o prazo de um ano para apresentar mudanças no sistema que, de antemão, visam resolver o problema da fila do INSS, buscando sanar o problema logístico que envolve as perícias com a utilização de teleatendimento, além de efetivar a contratação de novos servidores.

 

Marco Aurélio, presidente do Sintratel, esteve na reunião que tratou como prioridades a ampliação do convênio entre os Sindicatos e o INSS, para atendimento aos beneficiários, o uso da tecnologia para facilitar o acesso previdenciário e abriu os debates em relação a aposentadoria de profissionais de áreas como telemarketing, aplicativos, motoristas de ambulância, entre outros.