Uma comissão especial destinada a estudar e apresentar propostas com relação ao financiamento da atividade sindical, foi instalada nessa quinta-feira (1) na Câmara dos deputados. Essa comissão tem por objetivo debater a importância do movimento sindical e as formas de custeio para manter o trabalho das entidades. Apesar dos trabalhadores aprovarem em assembleias o desconto da contribuição assistencial, os sindicatos têm sofrido, nos últimos anos, com a interferência do Ministério Público do Trabalho (MPT), que recorrentemente entra na justiça para acabar com o repasse do pagamento, sem fazer qualquer avaliação de quanto esse recurso é importante para manter o sistema sindical.
A União Geral dos Trabalhadores, representada pelo seu presidente nacional Ricardo Patah e demais centrais sindicais, participaram da sessão da instalação da comissão que deve, a princípio, reunir os projetos já em tramitação no congresso que tratam do movimento sindical. “Aqui na Casa existem 22 projetos que tratam do mundo sindical. Para evitar manobras futuras, a ideia é apensar todos eles, no projeto que será construído pela comissão”, explicou o deputado Paulo Pereira, que irá presidir a comissão.
Ao usar a palavra, o presidente Ricardo Patah defendeu a unidade dos trabalhadores. “Se não houver unidade, nós vamos ser tratorados. O debate que se instala aqui agora não trata exclusivamente da questão de dinheiro. Nós temos que ter a sensibilidade nesta oportunidade da construção, que essa tarefa não é de uma central sindical, não é de um deputado, são de milhões de trabalhadores e trabalhadoras do nosso país.
Patah enfatizou a importância da unidade, em especial pelo difícil momento vivido pela classe trabalhadora com a fusão do Ministério do Trabalho com o da Previdência. “A tragédia contra nós está colocada. Nós estamos perdendo o único espaço aqui em Brasília, que é o Ministério do Trabalho que vai ser unido ao da Previdência. Precisamos saber quem é que vai cuidar da área sindical. Porque conforme for, nós vamos colocar a raposa para tomar conta dos ovos. Nessa questão temos que estar muito atentos, percebendo os caminhos que estão sendo construídos, a estrutura desta política que está sendo imposta para nós. Isto significa que o direito que nós conquistamos ao longo dos anos, está sendo perdido. Basta ver a terceirização, basta ver as medidas provisórias, basta ver as aposentadorias. O que que vai sobrar para os trabalhadores?”, questionou o presidente da UGT.
“A fala aqui da UGT é uma fala de unidade. Uma fala de construção de um projeto que vai além dos recursos, que vai na nossa estrutura, onde nós temos que aprimorar. Mas cabe a nós trabalhadores fazermos esse trabalho. Dessa forma, peço aos companheiros Paulinho e Bebeto que estarão à frente da comissão: vamos escutar todas as unidades das centrais sindicais para que possamos ter subsídios e construir efetivamente o que é melhor para o Brasil. Por que nós precisamos de inclusão social, de educação e saúde. Mas somente através da unidade, chegaremos ao encontro da construção de uma política que o Brasil precisa. Trabalhador forte, trabalhadora forte”, finalizou Ricardo Patah.