Evento promove combate ao racismo; com entrada gratuita, programação tem shows de grandes nomes da música brasileira e feira de afroempreendedores, além de palestras e debates
Em sua terceira edição, a Expo Internacional Dia da Consciência ocorrerá entre os dias 18 e 21 de novembro, dedicada a celebrar os 20 anos da Lei 10.639/03 e, ao mesmo tempo, debater sua efetiva aplicação. Promulgada em 9 de janeiro de 2003, a lei incluiu nas diretrizes e bases da educação nacional (LDB) a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira; em 2008, a norma foi ampliada para incluir a temática indígena. Sob o lema “uma lei, muitas lutas”, a Expo vai ocupar todo o Memorial da América Latina com palestras, debates, feira de afroempreendedores, oficinas culturais e shows com grandes nomes do cenário musical.
A Expo é uma das iniciativas da política pública São Paulo: Farol de Combate ao Racismo Estrutural, conduzida pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI) em parceria com a Secretaria de Educação (SME). Um dos maiores eventos do Brasil e do mundo no enfrentamento do preconceito racial, a Expo já reuniu mais de 32 mil pessoas nas últimas edições, sem contar a participação do público online – todas as palestras e debates têm transmissão no YouTube. Em 2022, o evento abordou os 200 anos de luta da população negra; este ano, com um dia a mais de atividades, o tema é a luta via educação, pilar central de combate ao racismo.
O Memorial da América Latina é um centro cultural aberto ao público, com capacidade para 40 mil pessoas, ao lado do metrô Barra Funda. As palestras serão realizadas no auditório do Parlatino, que abriga também o Museu da Inclusão. Os shows, feira de economia criativa e praça de alimentação ocorrem na área externa, ocupando cerca de 30 mil m2.
“Mesmo após 20 anos, sabemos que a aplicação da Lei 10.639/03 ainda não é completa. Isso é mais um sintoma do racismo estrutural que infelizmente persiste, é uma ferida aberta na sociedade brasileira”, afirma a secretária municipal de Relações internacionais, Marta Suplicy. “E a educação é o principal caminho de transformação, por isso a importância de debater a lei. Por isso também a Expo existe, ela é fruto direto da história e da cultura afro-brasileiras, valoriza e expressa esse protagonismo e é um poderoso instrumento de promoção da igualdade racial.”
Em 2023, por meio do Farol, a SME lançou o Currículo da cidade: Orientações Pedagógicas – Educação Antirracista: Povos Afro-Brasileiros, que tem como propósito subsidiar ações em prol da educação para as relações étnico-raciais realizadas por todos os profissionais de educação da cidade de São Paulo. Juntamente com os documentos direcionados aos povos indígenas e migrantes, compõe uma sequência de publicações da Rede Municipal de Ensino (RME) e de uma das ações do Núcleo de Educação Étnico-racial (NEER), que abordam conceitos e práticas importantes para a promoção de vivências capazes de ampliar a justiça social e a igualdade.
Para o secretário de Educação, Fernando Padula, a Expo Internacional Dia da Consciência Negra corrobora com o trabalho da SME que abrange toda a comunidade escolar, incluindo estudantes e seus familiares. “São diversas frentes de uma política pública que preza pela diversidade e pelas práticas antirracistas, como a compra de bonecos e bonecas negras, um currículo antirracista para apoiar o trabalho pedagógico dos professores, entre outras ações.”
“Meu desejo é que as pessoas se sintam motivadas a agir contra o racismo estrutural. É a nossa História! Somos protagonistas desta luta diária. O autoconhecimento da negritude tem implicações sem volta no intelecto de uma pessoa negra. E é por meio da educação que nossa luta começa. Quando uma criança cresce com uma educação antirracista, todo um sistema é mudado”, afirma Elaine Gomes, coordenadora de Projetos e gerente da II Expo Internacional da Consciência Negra.
Serviço:
Quando: 18 a 21 de novembro
Horário: das 10h às 22h
Onde: Memorial da América Latina, Av. Mário de Andrade, 664 – Barra Funda, São Paulo.
Fonte: Prefeitura.SP