Elas são mais qualificadas, mas continuam ganhando menos que homens. Pesquisador atribui à dupla jornada.

 

Mulheres são mais qualificadas e ganham menos que os homens. Essa é a conclusão da manchete do jornal O Globo deste domingo (12) com base no estudo do pesquisador Bruno Ottoni, da Consultoria IDados. ”As mulheres têm mais anos de estudo que os homens, são maioria entre os que chegaram ao curso superior, mas continuam a ter presença maior nas faixas salariais mais baixas”, destaca a reportagem. O levantamento aponta que entre as pessoas que ganham até um salário mínimo, 11% têm nível superior (completo ou incompleto). Nesse universo, 70% são mulheres. Isso representa cerca de 1,9 milhões de pessoas. 

″A crise econômica pouco mudou essa configuração. Em 2014, melhor momento do mercado de trabalho recente, elas representavam 69,9%. Em 2019, com o país ainda recuperando-se de uma de suas piores recessões, a participação permaneceu em 69,7%”, contou O Globo. 

Ottoni explicou ao jornal carioca que a dupla jornada feminina é um dos fatores que levam à esse percentual elevado. “As mulheres trabalham menos horas por semana e gastam mais tempo com o trabalho doméstico, e isso ocorre em todas as faixas de renda”, disse o pesquisador. 

A mulher dedica cerca de 20 horas semanais a afazeres domésticos, o dobro de homens, o que deixa menos tempo livre para o trabalho remunerado. “Essa diferença entre trabalho feminino e masculino se mantém mesmo nas faixas salariais e de escolaridade mais altas, de acordo com dados do IBGE”, concluiu a reportagem.

Fonte: HuffPost