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Alguns foram pela festa, pela alegria. Para outros foi carnaval. Há os que tiraram as fantasias do armário e se expressaram com liberdade e coragem. E houve também protesto contra os conservadores e homofóbicos de plantão.

A 19ª edição da Parada do OrgulhoLGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - tomou a Av. Paulista e a Rua da Consolação no domingo, 07 de junho, com 19 trios elétricos e milhares de pessoas de todas as orientações de gênero e sexuais.

O sintratel participou do evento para somar com os que lá estavam para defender o direito democrático de todos se expressarem livremente, sem ser discriminado e sofrer preconceito e violência por isso.

Para defender o respeito e a igualdade entre os seres humanos, independente da orientação sexual e da identidade de gênero que, aliás, passa da hora de ser encarada acima dos padrões culturais transmitidos na família, na escola, na igreja e outras instituições sociais.

O Sintratel somou também àqueles que criticaram o presidente da câmara, Eduardo Cunha, que é contra avanços nos direitos dos cidadãos, o deputado Marco Feliciano, que se declarou contra a união homoafetiva, e o pastor Silas Malafaia, que chamou boicote aos produtos doBoticário devido à propaganda do dia dos namorados da marca com casais gays.

Além disso, a grande representação LGBT existente na categoria motiva ainda mais o Sintratel a apoiar a Parada e se inserir na luta pelos direitos dessa parcela da população.

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“Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim: respeitem-me!”

Este foi o tema da Parada do Orgulho LGBT 2015

A felicidade é um ato revolucionário.

Em 2015 esse é o chamado da Associação da Parada do Orgulho GLBT de S. Paulo que terá como diretriz em seus e eventos a alegria de viver as diferentes identidades, orientações sexuais e o respeito à diversidade.

A sexualidade é uma das expressões da personalidade de todos nós. É algo mutável, dinâmico e todos temos o direito de vivê-la em sua plenitude, mesmo sabendo que a expressão da nossa sexualidade, em suas diferentes manifestações, nos coloca frente a frente com uma série de desafios.

Ao longo dos últimos 18 anos, a Associação da Parada de S. Paulo fez alusão em seus temas a uma série de desafios que colocam todos nós frente a frente com variadas manifestações de homofobia. As referencias trouxeram temas como o trabalho, a família, a religião e as diversas manifestações de preconceito. Ao assumirmos a responsabilidade de sermos uma Associação que luta por direitos LGBT temos a consciência de que o enfrentamento desses desafios deve acontecer ao longo de todo o ano e não apenas no dia da Parada.

Nascer, crescer e viver sendo LGBT significa assumir a identidade de gênero, a orientação sexual, os papeis sexuais que cada um tem e exigir que esse direito seja respeitado. Nem mais e nem menos que qualquer outro cidadão.

Queremos celebrar nossas vidas dentro da orientação sexual que temos e que nos faz exatamente iguais a qualquer indivíduo. Contribuímos com nosso trabalho, pagamos impostos, cumprimos com nossos deveres e queremos direitos e respeito.

Ao assumir como tema que “nascemos assim, crescemos assim e vou ser sempre assim” a APOGLBT decidiu ampliar o diálogo com toda sociedade e atingir, particularmente, os segmentos que tentam, a todo custo, enquadrar as pessoas dentro das referencias ditas como certas. Nem todos “nascem assim, crescem assim e vivem sempre assim”. Uns demoram um pouco mais e outros um pouco menos. Outros não conseguem nascer, nem crescer e muito menos viver assim.  Nesse sentido, o chamado da APOGLBT é certeiro: respeitem-nos por aquilo que somos!

Não perdemos de vista que o dia da Parada é um dia em que saímos às ruas para protestar e exigir um mundo com menos mortes e violência homofóbica, mas também, precisamos celebrar nossas conquistas e vitórias e a alegria de sermos o que somos do jeito que nascemos, crescemos e escolhemos viver.

O discurso da Associação da Parada continuará com a força política de sempre, um dia por ano e em todos os 365 dias. Continuaremos a defender um conceito de família inclusiva, a criminalização da homofobia e o fim da homolesbobitransfobia.

Assim, o tema da parada de 2015, “Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim: respeitem-me!” busca fazer uma ruptura nos dezoito anos de evento em São Paulo ao trazer um tema que remete ao orgulho e a alegria LGBT. A alegria de sermos exatamente como somos, com a identidade de gênero que temos, com a orientação sexual nos faz felizes e com a pessoa que escolhemos amar.
A alegria também é um ato político. O humor e a celebração podem ser revolucionários. O discurso da felicidade e do amor podem mudar o mundo.

Em 2015 iremos juntos viver a alegria de sermos o que somos. E parafraseando a letra da canção de Dorival Caymi: pouco me importa, eu sou sempre igual, não desejo o mal, o amor é natural.
Respeitem-nos!