Dos 375 votos favoráveis, 20 vieram do PL de Bolsonaro, quem pressionou a sigla a votar em peso contra a matéria

 

 

 

Desnorteado e inelegível, Bolsonaro e seus leais seguidores sofreram uma derrota acachapante na votação da reforma tributária na madrugada desta sexta-feira (7). Dos 375 votos favoráveis ao projeto, 20 vieram do PL do ex-presidente, quem pressionou a sigla a votar em peso contra a matéria.

Não se pode antecipar que ele está morto politicamente, mas de que pretenso líder da direita foi reduzido ao isolamento.

A votação demonstrou que o centrão não deu a mínima para seus rompantes. O ex-presidente também rompeu com o aliado político de maior peso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos principais apoiadores da reforma.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adversário de Tarcísio nas eleições passada, deu o tom republicano: “O governador Tarcísio fez a gentileza de vir aqui, não se furtou de dar declarações ao meu lado, sinalizando que há assuntos que são grandes demais para ficar na raia miúda da disputa partidária.”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerou a aprovação “um momento histórico e uma grande vitória para o país”. “O Brasil terá sua primeira reforma tributária do período democrático”, lembrou.

“Parabéns para a Câmara dos Deputados pela significativa aprovação ontem e ao ministro Fernando Haddad pelo empenho no diálogo e no avanço da reforma. Estamos trabalhando para um futuro melhor para todos”, prosseguiu.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), agradeceu a todos os atores políticos (deputados, ministros, governadores), e o presidente Lula pelo empenho para aprovar o texto.

“É importante o dia de hoje para o país. Depois de um dia duro de articulação e a votação concretizada, após muitos anos, da reforma tributária, penso que dá para iniciar um novo ciclo de matérias”, anunciou Lira.

 

União nacional

A proposta também uniu governadores, prefeitos e empresários, todos consultados no processo de elaboração do texto.

Antes da votação, um manifesto de economista e empresários deixou claro que se tratava de uma matéria de interesse nacional:

“Precisamos aprovar a reforma tributária da PEC 45/19 em 2023. Essa mudança tem sido discutida há 35 anos e a proposta atual foi ampla e democraticamente debatida nos últimos 4 anos. Agora, temos a melhor janela para aprovação das últimas décadas – com alinhamento político entre o Congresso, Governo Federal, maioria dos Estados e Municípios e do setor privado. Esta é a nossa oportunidade de deixar um legado de prosperidade, transparência e mais justiça em nosso país.”

 

Fonte: Vermelho