Por: Marcísio Moura*
“Grande presença juvenil, pressão por metas, robotização no atendimento, assédio moral, baixos salários, falta de reconhecimento e valorização profissional”, o que poderia descrever qualquer vida numa operação de telemarketing Brasil afora é também a existência cotidiana nas operações de Portugal, conforme palavras de Paula Lopes.
Paula Alexandra Bento Lopes, é a principal liderança, que junto a um grupo de operadores e operadoras, estão à frente de organizar e defender os trabalhadores do setor em Portugal, que apesar da distância apresenta inúmeras semelhanças com as más práticas que vivenciamos em terras brasilis.
Buscando trocar experiências e conhecer a realidade das operações brasileiras junto à entidade paulista, o Sintratel-SP recebeu a visita inusitada, em sua sede, de Paula Lopes e Joana Leme, ambas dirigentes do sindicato dos trabalhadores em telemarketing de Portugal, que no intuito de buscar referências de luta neste setor, realizaram um intercâmbio entre os sindicatos de Portugal e Brasil.
“Temos acompanhado a luta e as conquistas de vocês, sempre pelo sitio do sindicato e pelas redes sociais”, declarou Paula, “vocês servem de referência de organização e luta para nós que estamos num processo de organização”, enfatizou a dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Call Centers de Portugal, que vive um processo de construção a cerca de um ano.
Na visita ao Sintratel-SP, elas se reuniram com o presidente da entidade, Marco Aurélio Coelho de Oliveira e alguns diretores, trocaram várias experiências locais, culturais e do momento que ambos os países atravessam, onde a juventude tem sido a maior penalizada, inclusive alcançando altas taxas de desemprego no país luso.
“A organização é a melhor forma de combater as injustiças, sejam elas no mundo do trabalho, ou em qualquer forma de ataque aos nossos direitos”, definiu Marco Aurélio, presidente do Sintratel/SP, ressaltando a importâncias de nos organizarmos.
Após a troca de informações o laço ficou ainda mais fortalecido, e saímos com o compromisso de estreitarmos as relações a fim de auxiliar na luta contra a precarização das relações de trabalho no Brasil, em Portugal, ou, seja lá, onde elas existirem.
Afinal, já dizia um velho barbudo:
“Proletários de todo mundo, uni-vos!!!”**
Clique AQUI ver entrevista em vídeo com Paula Lopes
Marcísio Moura*
Diretor de Ralações Institucionais/Sindicais e de Comunicação e Imprensa –
Sintratel/SP
**Um dos mais famosos gritos de protesto do socialismo, vem do Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels. A real tradução é normalmente tida como "Proletários de todos os países, uni-vos!" ou "Proletários de todo o mundo, uni-vos!".
É algumas vezes estendida para "Trabalhadores do mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões", misturando as três últimas frases do Manifesto Comunista. A máxima socialista foi adotada como lema da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, dissolvida no final de 1991.