O governo Lula indicou o economista Marcio Pochmann, Doutor em Ciências Econômicas, e professor titular da Universidade Estadual de Campinas desde 1989, para presidir o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O anúncio foi feito na quarta-feira (26) pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. O diretor de pesquisa Cimar Azeredo está temporariamente à frente do órgão.

Em entrevista nesta quinta-feira (27), a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), declarou que Marcio Pochmann “será muito bem-vindo”. Ela relatou que o presidente Lula queria indicar um nome pessoal para a presidência do IBGE, nome que até então ela desconhecia, até a divulgação pelo ministro Padilha. O economista será oficializado na próxima semana.

Marcio Pochmann foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012 e participou da transição do governo após a eleição de Lula. Presidiu a Fundação Perseu Abramo e esteve à frente da Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade durante governo de Marta Suplicy (PT), em São Paulo.

A indicação do economista para presidir o IBGE sofreu ataques de setores da mídia e provocou uma campanha de apoio a seu nome, realizada por entidades de economistas.

Em nota, a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia manifestou o apoio à indicação do professor Márcio Pochmann.

 

Leia a seguir a nota da entidade:

Três matérias, ditas jornalísticas, foram publicadas em menos de 24 horas com tentativas de desqualificar o economista, professor e pesquisador Márcio Pochmann. Os textos, de cunho político indiscutível, pretendem disseminar a ideia de que seu percurso profissional e acadêmico não o habilita a ocupar a presidência do IBGE.

Advogam que haveria perfis puramente técnicos para o cargo e que este deveria ser ocupado por um desses perfis. Desde logo, não há perfil puramente técnico entre economistas e, tampouco, entre os jornalistas ou entre profissionais de qualquer outro ramo. O professor Márcio Pochmann tem uma longa carreira acadêmica e profissional e, como é prática dessa carreira, foi ampla e recorrentemente avaliado por seus pares.

O debate, entre atores políticos, como demonstram ser o jornalista e as duas jornalistas que assinaram tais matérias, sobre o futuro do IBGE e a escolha de seu novo presidente é salutar. Nocivo é cobrirem-se do véu de jornalistas neutras para atuarem politicamente. Infame e vil é tentarem disseminar a ideia, atribuída a terceiros não identificados, de que Pochmann poderia manipular índices de inflação.

A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia repudia o ataque orquestrado contra Márcio Pochmann, contra a Unicamp e contra as linhas de pensamento econômico críticas ao neoliberalismo. Repudia, ademais, a ética jornalistica, ou a ausência dela, praticada nestes três exemplos.

Associação Brasileira de Economistas pela Democracia

 

Fonte: A Hora do Povo