O filme Pantera Negra, dirigido por Ryan Coogler (EUA, 2018), foi indicado a categoria de Melhor Filme do Oscar 2019. A narrativa apresenta de forma ficcional a cultura e a diáspora africana no ocidente, tendo T’Challa como protagonista, o rei de Wakanda. Com maioria do elenco negro, vemos que o cinema tem acompanhado o movimento da sociedade com pautas que evidenciam a representatividade.

O cinema ao criar uma narrativa que dar voz as questões culturais e históricas dos povos africanos como é o caso de Pantera Negra, é aqui entendido não apenas como uma representação visual comumente, mas sendo uma produção política e estética que pretende trazer à tona uma reflexão crítica sobre as desigualdades provenientes dos processos colonizadores. Como podemos pensá-la no cotidiano da educação? Introduzir reflexões sobre a importância da cultura africana é fundamental, e deve acontecer desde cedo na vida das crianças e adolescentes, compartilhando referências e aprendizados, os educadores podem dialogar através de dinâmicas interativas, e educar tendo sempre como fio condutor o de despertar o pensamento crítico com vistas a uma educação democrática.

O problema do racismo, longe de ser meramente intersubjetivo é estrutural, mas é importante que práticas pedagógicas sejam inseridas no cotidiano. Há, dentro das instituições ainda uma resistência para trabalhar esses temas, o que contribui para a invisibilidade da questão étnico- racial. No caso brasileiro, em que historicamente as estruturas se caracterizam pela deficiente preocupação com a temática, é fundamental que as instituições se atualizem para que, então reajustados, sejam eficazes na luta antirracista.

Dada a realidade do racismo, é essencial atuar com novas propostas epistêmicas, a Escola deve se preocupar com as relações de sujeições coloniais que permanecem após o fim da colonização, penso que referências nesse sentido e a análise de filmes que abordam essa temática é um passo assertivo para trabalhar com os alunos, por fim, é fundamental destacar que outros campos além do espaço escolar se debrucem sobre esta temática, enriquecendo e ampliando essa discussão.

 

Fonte: Texto publicado no PORTAL GELEDÉS em 20/02/2019