Com a maior taxa de inflação para julho desde 2002, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou 0,96%, bem acima do mês anterior e do registrado em 2020. Com isso, já soma 4,76% neste ano, mais do que todo o ano passado (4,52%). Em 12 meses, o indicador oficial de inflação no país soma 8,99%, no maior nível em cinco anos. O INPC, usado em negociações salariais, atingiu 9,85%. Os resultados foram divulgados na manhã desta terça-feira (10) pelo IBGE.
Oito dos nove grupos pesquisados tiveram alta no mês passado. Destaque para Habitação, com variação de 3,10% e impacto de 0,48 ponto percentual. Ou seja, metade do resultado geral. Mais uma vez, a energia elétrica pesou, com aumento de 7,88%, ante 1,95% em junho – sozinha, teve impacto de 0,35 ponto. Houve reajuste de bandeira e de tarifas em algumas regiões.
Aluguel, gás, ônibus
Já os preços do gás de botijão e encanados também subiram, 4,17% e 0,48%, respectivamente. O IBGE apurou ainda aumentos no aluguel residencial e na cobrança de condomínio. Além da taxa de água e esgoto.
Com impacto de 0,32 ponto, o grupo Transportes subiu 1,52% em julho. De acordo com o instituto, a principal contribuição foi das passagens aéreas (alta de 35,22% e 0,10 ponto). Também houve aumento no transporte por aplicativo (9,31%) e n ônibus urbano (0,38%, em média) e intermunicipal (0,34%). Os preços dos combustíveis voltaram a subir: a gasolina foi de 0,69%, em junho, para 1,55%, representando 0,09 ponto no índice geral.
Alimentação mais cara
Veículos próprios subiram 0,96%, ante 0,36% no mês anterior. Os automóveis usados tiveram alta de 2,23%, as motocicletas aumentaram 1,41% e os carros novos, 0,54%. Somados, contribuíram com 0,07 ponto no IPCA. Itens relacionados a veículos também tiveram aumento, como pneu (1,68%), seguro (1,63%) e conserto (0,67%). Já o pedágio teve alta media de 5,01%.
O grupo Alimentação e Bebidas também teve resultado maior, passando de 0,43% para 0,60%. Só a alimentação no domicílio mais que dobrou, de 0,33% para 0,78%. O IBGE destaca aumentos de tomate (18,65%), frango em pedaços (4,28%), leite longa vida (3,71%) e carnes (0,77%). Na outra ponta, caíram preços de cebola (-13,51%) batata inglesa (-12,03%) e arroz (-2,35%). Já a alimentação fora subiu menos (de 0,66% para 0,14%, com variação de 0,16% no lanche e 0,04% na refeição).
O único grupo com queda (-0,65%) foi Saúde e Cuidados Pessoais. Segundo o IBGE, isso é consequência da queda no item plano de saúde (-1,36% e -0,05 ponto).
Aumentos de dois dígitos
Todas as áreas pesquisadas tiveram alta em julho. O índice variou de 0,53% (Aracaju) a 1,60% (Curitiba), chegando a 0,98% na região metropolitana de São Paulo. No acumulado em 12 meses, o IPCA vai de 7,25% (região metropolitana do Rio de Janeiro) a 11,97% (Rio Branco). Outras seis regiões têm inflação de dois dígitos: Campo Grande (11,43%), Curitiba (10,96%), São Luís (10,77%), Fortaleza (10,46%), Goiânia (10,11%) e Porto Alegre (10%). Em São Paulo, a alta é de 8,33% e em Brasília, de 7,73%.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 1,02%, também bastante acima de junho (0,60%) e de julho do ano passado (0,44%). Agora, soma 5,01% no ano e 9,85% em 12 meses.
Segundo o IBGE, os produtos alimentícios subiram 0,66%, ante 0,47% no mês anterior. Já os não alimentícios foram de 0,64% para 1,13%.
Fonte: Rede Brasil Atual