Um novo levantamento da Organização Internacional do Trabalho, OIT, mostra que as horas de trabalho perdidas devido à pandemia de Covid-19 serão maiores do que o previsto.

A OIT projeta uma queda de 4,3% nas horas de trabalho globais, na comparação com os números de 2019. O total equivale a 125 milhões de empregos em tempo integral.

 

Divergências entre países

A entidade faz um alerta: sem financiamento nem apoio técnico, haverá uma enorme divergência na recuperação dos empregos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

No terceiro trimestre de 2021, o total de horas trabalhadas em países de renda alta foi 3,6% mais baixo do que no quarto trimestre de 2019, antes da pandemia. Mas nos países de renda média-baixa, a lacuna foi de 7,3%.

A OIT também faz uma avaliação regional, sendo que as menores perdas de horas trabalhadas ocorreram na Europa e Ásia Central. Por outro lado, África, Américas e países árabes sentiram o maior impacto.

 

Impactos da vacinação

O estudo explica que a divergência aconteceu devido a grandes diferenças em relação a aplicação das vacinas da Covid-19 e de pacotes de estímulo fiscal. Para cada 14 pessoas que receberam a dose completa da vacina, um posto de trabalho em tempo integral foi adicionado ao mercado de trabalho global.

A OIT confirma que sem a imunização contra o coronavírus, as horas perdidas de trabalho chegariam a 6%, mais do que as 4,8% atuais. Além das vacinas, pacotes de estímulos fiscais continuam sendo outro fator importante para a recuperação do setor.

 

Trajetória estável, mas com riscos

Ainda assim, 86% das medidas de estímulo estão concentradas nos países de renda alta. A Covid-19 também teve um impacto na produtividade dos trabalhadores, sendo que a lacuna entre economias avançadas e menos desenvolvidas foi de 17.5:1 para 18:1 em termos reais.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, declarou que o mercado de trabalho está numa trajetória estável de recuperação, mas existe uma grande divergência entre economias desenvolvidas e em desenvolvimento.

Ryder destacou ainda que “de forma dramática, a distribuição desigual de vacinas e de capacidades fiscais estão liderando essas tendências e são dois fatores que precisam ser tratados com urgência”.

 

Fonte: ONU News