O que se tratava apenas de uma gripezinha, infelizmente, chegamos ao triste número de 400 mil vidas ceifadas.

Sonhos e famílias despedaçadas, fruto de uma conjuminação de ações desastrosas na condução da Pandemia causada pelo Covid-19, que se arrasta há mais de um ano.

Fato é que seria uma disputa onde enfrentaríamos um vírus desconhecido, mas através da ciência e de opiniões de especialistas poderíamos torear de maneira mais sensata o processo.

Atitudes como incentivar o uso de máscaras, higienização e distanciamento sempre foram comprovados mecanismos eficientes na preservação da saúde. 

E, no mínimo, um comportamento exemplar era esperado de um chefe da Estado e de tantos outros que servem de exemplo à população. 

Todavia, o que acompanhamos foi exatamente o contrário. Negacionismo exacerbado, contrariando tudo que é de comprovada eficiência, pois não é à toa que a utilização de proteções faciais, uso de álcool gel e o combate às aglomerações foram adotados. Mas o que vimos foi a chacota ao uso de máscaras, o descaso com as vacinas e a promoção de aglomerações.

Enfim, chegamos a um 1° de Maio, onde além de termos que refletir sobre os retrocessos e perdas que a Classe Trabalhadora sofreu com a malfadada Deforma Trabalhista que nos impuseram, ainda temos que agonizar com as milhares de vítimas produzidas pela nefasta omissão dos que deveriam estar combatendo-as.

Vale ressaltar, que era uma Reforma que prometia a geração de empregos, agilidade nas contratações, combater a tal "burocracia". 

Porém, como alertávamos, assim como diversos especialistas comprometidos com a causa dos trabalhadores e trabalhadoras, era um engodo, que visava retirar direitos, conquistas e enfraquecer os instrumentos de luta dos trabalhadores: os sindicatos. 

Passados alguns anos pudemos comprovar que geração de empregos não houve, enfraqueceram as negociações, com o negociado prevalecendo sobre o legislado, foram-se as homologações, enfim, só tivemos reveses.

Aliás, em plenos 2021, ainda discutimos a necessidade da igualdade nos salários entre homens e mulheres que exercem a mesma função, a taxação de impostos sobre os mais ricos, pontos que destacam o Brasil da enorme concentração de renda, que regressa ao mapa da fome e entre desempregados e desalentados já alcança o exército de 20 milhões de pessoas, apregoando ainda mais a desigualdade.

Afinal, mesmo na Pandemia o país ganhou 20 novos bilionários e emplacou no sétimo lugar, dentre os países que mais incluíram "iluminados" na lista de seletos agraciados.

Brasil, da contradição, que configura-se entre os 10 países que mais concentram renda no mundo, enquanto 30% da população sobreviveu dependente do auxílio emergencial no mesmo ano em que bilionários surgiam, frutos da desgraça alheia.

Reflexões, que nos provocam muita indignação, que nos desperta a necessidade "clara" de que temos muito a fazer e que sofremos reflexos direto de nossas próprias escolhas. Sejam elas para o bem, ou para mal. Que sejam para o bem.

2022, promete!

 

Marco Aurélio Coelho de Oliveira - Presidente do Sintratel