A ideia do Cine Arcoverde surgiu em 2017 durante as filmagens extras do filme Uma Balada para Rocky Lane, do diretor Djalma Galindo.

 

A criatividade está em destaque no 2º Cine Arcoverde – Mostra de Cinema Independente de Arcoverde, que começa nesta segunda-feira (22), totalmente online e de graça. Foram selecionados 41 filmes entre os 215 inscritos. Estão no festival 34 curtas, seis longas e um média-metragem.

Há um pouco de tudo. Ficção, documentário, animação, filmes experimentais e até videoclipes. De acordo com os organizadores, 54% das obras são protagonizadas, dirigidas ou contam com participação de mulheres na parceria da direção.

Além da exibição de filmes, o festival conta com debates, oficinas, master classes (aulas ministradas por especialistas). Os filmes podem ser apreciados sem nenhuma moderação até o sábado (27).

Para assistir basta entrar no site oficial do festival www.cinearcoverde.com, totalmente de graça. Também pode acessar pelo Instagram, pelo Facebook ou pelo canal do YouTube do festival.

Os longas convidados ficam disponíveis por 24 horas. A abertura e os debates serão transmitidos para todo o público pelo canal do YouTube do Cine Arcoverde. A organização informa também que “as atividades formativas, que contaram com inscrição e vagas limitadas, serão realizadas pelo Zoom, com link direcionado por e-mail aos participantes selecionados”.

Veja teaser do 2º Cine Arcoverde

Também afirmam a importância de terem recebido incentivo da Lei Aldir Blanc, aprovada pelo Congresso Nacional, no ano passado, para socorrer o setor cultural em gravíssima crise com o isolamento social devido à pandemia e aos cortes de recursos do governo federal.

Uma das coordenadoras-gerais, Camilla Lapa explica que eles tiveram como “principais critérios de seleção destacar a forte presença das produções das regiões do sertão e de cineastas emergentes”, além do “protagonismo das mulheres em seus espaços de empoderamento e sororidade”.

Ela afirma ainda que o festival não é competitivo. “Há um recorte regional, temático e de gênero para a seleção dos filmes” porque “um dos nossos maiores objetivos é que o Cine Arcoverde seja uma janela de exibição plural e que as pessoas consigam se identificar com as produções”.

Camilla garante que foram contempladas “obras dirigidas ou protagonizadas por mulheres, sertanejos, LGBTQIA+, como forma de resistência, amor e luta por um cinema que fazemos e acreditamos”.

Saiba tudo sobre o 2º Cine Arcoverde pelo site oficial .

A mostra está dividida em sete temas: Sertões, Pernambuco, Brasil, Diversidade, Olho D’Água e as mostras sobre acessibilidade: Outros Olhares e Outros Sentidos, da parceria com o VerOuvindo, um festival de cinema com filmes sobre acessibilidade e audiodescrição.

A abertura do festival, na segunda-feira (22), conta com shows do Samba de Coco, das Irmãs Lopes, Samba de Coco Raízes de Arcoverde, Samba de Coco Trupé de Arcoverde e os brincantes do Riso da Terra. Já o encerramento do festival, ficará por conta da Sessão Especial Rocky Lane, uma homenagem ao lendário caubói arcoverdense que dedicou uma vida inteira ao antigo Cinema Bandeirante, importante para a história da cidade.

O encerramento ocorre no sábado (27), a partir das 10h, com a exibição do documentário Mulheres da Roda do Samba de Coco Arcoverdense, de Amanda Lopes, neta da mestre Severina Lopes, seguido pelo curta Histórias que Se Cruzam, de Vertin Moura.

“A ideia do Cine Arcoverde surgiu em 2017 durante as filmagens extras do filme Uma Balada para Rocky Lane, do diretor Djalma Galindo. Documentário que aborda a importância dos cinemas de rua, da memória cinéfila de Arcoverde de antigamente”, lembra Loren Arouche, também coordenadora-geral. A primeira edição do festival aconteceu em 2018.

“Ficamos por anos imersos nesse universo trabalhando no material para esse documentário e a partir dessa relação íntima com o cinema que permeou várias gerações de arcoverdenses idealizamos essa janela para que mais pessoas da cidade e essa geração da atualidade tenham contato com o cinema independente pernambucano e nacional e com o fazer cinematográfico, despertando novos olhares e interesses”.

Os internautas inscritos podem ainda acompanhar as oficinas de Produção Executiva (gerando um filme), com Tarsila Tavares, e de Assistência de Direção (organizando um filme), com Anny Stone e Pethrus Tibúrcio, e as master classes de Hilton Lacerda, abordando a escrita criativa cinematográfica, na terça-feira (23), e João Vieira Jr, sobre a História do Cinema Pernambucano, em encontro marcado para a quinta-feira (25).

Loren destaca a importância adquirida pelo Cine Arcoverde em tão pouco tempo”. Segundo ela, a cidade pernambucana de Arcoverde “possui uma produção cultural muito latente e muito diversificada. Na área do audiovisual, o município vem recebendo fomentos sobretudo do SESC (Serviço Social do Comércio) e a cada dia mais artistas e jovens estão se interessando pelo universo”, por isso, “existe um movimento emergente interessante acontecendo na atualidade e nossas mostras apontam isso”.

Já Camilla ratifica a visão de sua colega de coordenação ao afirmar que “Cine Arcoverde é um festival que promove o diálogo do audiovisual com outras linguagens artísticas, com o folclore e a cultura popular”. Além disso, “nós também incentivamos a formação dos jovens com atividades formativas, tais como oficinas, máster classes e debates”.

Porque “o objetivo é tornar o audiovisual uma ferramenta acessível e também dar acesso ao público arcoverdense à diversidade do cinema independente, cinema de caráter não comercial, e sobretudo um cinema possível e democrático”. Ela reforça que “nosso recorte também é colocar em evidência as narrativas e a luta das minorias que são vozes que há muito gritam para serem ouvidas”.

Cena de Uma Força Extraordinária, da Mostra Pernambuco

Serviço: 

2º Cine Arcoverde – Mostra de Cinema Independente de Arcoverde

Quando: 22 a 27 de março

www.cinearcoverde.com

Gratuito

Acompanhe também pelos canais:

Instagram – @cinearcoverde

Facebook:  cinearcoverde

YouTube – Cine Arcoverde

Confira a programação:

Mostra Sertões (filmes produzidos por realizadores de origem sertaneja ou cuja temática seja os diversos “sertões” brasileiros)

Curtas-metragens:

  • A Vida é Coisa que Segue | Ficção | 15 min, de Bruna Schelb Corrêa (MG)
  • Assum Preto | Animação | 03 min, de Bako Machado (Arcoverde-PE)
  • Margarida, presente! | Doc | 06 min, de Shaynna Pidori (Serra Talhada-PE)
  • Michele de Michele Mesma: Narrativas de uma Mulher Sertaneja | Doc | 12 min, de Michele Menezes (Ribeiro do Amparo-BA)
  • Ser Tão Nossa | Ficção | 09 min, de Antonio Fargoni (Quixadá-CE)
  • A Nave de Mané Socó | Ficção | 18 min, de Severino Dadá (Pedra-PE)

Longa convidado:

  • Sertânia | Ficção | 97 min, de Geraldo Sarno (Ceará e Bahia)

Mostra Pernambuco (filmes realizados em Pernambuco ou por realizadores pernambucanos)

Curtas-metragens:

  • Pega-se Facção | Doc | 13 min, de Thaís Braga (Caruaru-PE)
  • O Mundo de Clara | Animação | 07 min, de Ayodê França (Recife-PE)
  • Uma Força Extraordinária | Doc | 24 min, de Amandine Goisbault (Recife-PE)
  • Movido a Futebol | Documentário | 11 min, Matheus Rocha (Recife-PE)
  • Un | Animação | 02 min, de Paulo Leonardo (Camaragibe-PE)
  • O Caminho das Águas | Fic/Doc | 09 min, de Antonio Fargoni e Karla Ferreira (Taquaritinga do Norte-PE)

Longa convidado:

  • Espero que esta te encontre e que estejas bem | Doc | 84 min, de Natara Ney (Recife-PE)

Mostra Brasil (filmes nacionais independentes premiados no circuito de festivais atuais ou que tenham tido relevância nacional nos últimos dois anos)
Curtas-metragens:

  • Novo Mundo | Ficção | 21 min, de Natara Ney e Gilvan Barreto (Rio de Janeiro-RJ)
  • A Tradicional Família Brasileira Katu | Doc | 20 min, de Rodrigo Sena (Natal-RN)
  • Vai Melhorar | Ficção | 17 min, de Pedro Fiuza (Natal-RN)
  • Por Outras Primaveras | Ficção | 21 min, de Anna Mol (Belo Horizonte-MG)
  • A Barca | Ficção | 19 min, de Nilton Resende (Maceió-AL)
  • Em Reforma | Ficção | 20 min, de Diana Coelho (Natal-RN)

Longa convidado:

  • Pajeú| Ficção | 73 min , de Pedro Diógenes (Fortaleza-CE)

Mostra Diversidade (composta de obras nacionais inseridas no universo temático da diversidade de gênero e sexualidade)
Curtas-metragens:

  • Marie | Ficção | 25 min, de Leo Tabosa (Recife-PE)
  • Os Últimos Românticos do Mundo | Ficção | 22 min, de Henrique Arruda (Recife-PE)
  • Colômbia | Ficção | 16 min, de Manuela Andrade (Recife-PE)
  • Perifericu | Ficção | 20 min, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira (São Paulo-SP)
  • E Agora, Maria? | Ficção | 25 min, de Bruna Maria e Camila Gregório (Cachoeira-BA)
  • Lamento de Força Travesti | Videoclipe | 04 min, de RENNA (Buíque-PE)

Longa convidado:

  • Mães do Derick | Doc | 77 min, de Dê Kelm (Matinhos-PR)

Mostra Olho D’água (composta de filmes de realizadores de Arcoverde e entorno)
Curtas-metragens:

  • A Sonora do Pife no Batuque da Zabumba | Doc | 14 min, de Lula Moreira (Arcoverde-PE)
  • Arcano 13 – O Ensaio Sobre a Morte e a Vida | Animação | 05 min, de Bako Machado (Arcoverde-PE)
  • P.S. (Parte 1) | Ficção | 11 min, de Hícaro Nogueira (Serra Talhada-PE)
  • P.S. (Parte 2) | Ficção | 21 min, de Hícaro Nogueira (Serra Talhada-PE)
  • A Última Batalha da Ilusão | Doc | 19 min, de Paulo Henrique Pontes Ferreira (Garanhuns-PE)

Longa convidado:

  • O Bem Virá | Doc | 78 min, de Uilma Queiroz (Afogados da Ingazeira-PE)

Mostra Outros Olhares, Outros Sentidos (composta por produções que contemplem a acessibilidade)

  • Cordel: Poesia com Acessibilidade| Doc | 22 min, de Paulo Roberto de Lima Ferreira e Lígia Kiss (Mossoró-RN)
  • Catimbau | Experimental | 23 min, de Lucas Caminha (Buíque-PE)
  • Cor de Pele | Doc | 15 min, de  Livia Perini (Olinda-PE)
  • Nova Iorque | Ficção | 24 min, de Leo Tabosa (Serra Talhada-PE)
  • Pega-se Facção | Doc | 13 min, de Thais Braga (Caruaru-PE)
  • Uma Força Extraordinária | Doc | 24 min, de Amandine Goisbault (Recife – PE)
  • Vai Melhorar | Ficção | 17 min, de Pedro Fiuza (Natal – RN)
  • Em Reforma | Ficção | 20 min, de Diana Coelho (Natal – RN)

Longa convidado:

Cadê, Edson?  | Doc | 74 min, de Dácia Ibiapina (Brasília-DF)

Sessão Especial Rocky Lane (homenagem)

Filmes:

  • Mulheres da Roda do Samba de Coco Arcoverdense | Doc | 37 min, de Amanda Lopes (Arcoverde-PE)
  • Histórias Que se Cruzam | Experimental | 10 min, de Vertin Moura (Arcoverde-PE)

Debates

Título: As Interseções do Cinema Cuir brasileiro

Data: 23 de março, às 20h30

Renna Costa, Gabi Cavalcante e Rosa Caldeira, com mediação de Thay Limeira.

Título: A Importância do resgate dos cinemas de rua de Pernambuco

Data: 24 de março, às 19h

Djalma Galindo (realizador do documentário Uma Balada Para Rocky Lane), Juliana Aguiar (Secretária de cultura de Arcoverde) e as representantes do coletivo Cine Rua PE, Priscila Urpia e Kate Saraiva.
Atividades formativas:

Oficinas

Gerando Um Filme: Oficina de Produção Executiva | por Tarsila Tavares

Data: 23 a 27 de março, das 9h às 12h

A oficina abordará aspectos da produção executiva de curtas-metragens de baixo orçamento tendo como base o mercado pernambucano atual. Os participantes terão oportunidade de elaborar seus projetos audiovisuais com exposição de conteúdo didático e consultorias individuais.
Organizando Um Filme: Oficina de Assistência de Direção | por Anny Stone e Pethrus Tibúrcio

Data: 24 a 27 de março, das 19h às 22h

O curso vai discutir atividades específicas dessa profissão, passando por decupagem de roteiro à análise técnica e orientação da equipe. Profissional responsável por identificar as demandas de cada roteiro, organizar e coordenar a filmagem de uma obra em conjunto com todos os departamentos.

Masterclass

Construindo Diegeses – Reflexões sobre escrita criativa cinematográfica | por Hilton Lacerda

Data: 23 de março, às 19h

O diretor e roteirista Hilton Lacerda irá discutir os seus processos criativos e os desafios da escrita cinematográfica, abordando desde a pesquisa, a construção de diálogos e criação de personagens, tendo como base alguns dos seus trabalhos.
Cinema Pernambucano: Um Breve Panorama da Produção Local e Vislumbres do Porvir | por João Vieira Jr.

Data: 25 de março, às 19h

O renomado produtor João Vieira Jr. irá expor através de sua óptica a história do cinema pernambucano recente, com enfoque na produção do estado diante da atual conjuntura política e social. Seu discurso será ilustrado por estudos de casos, vivências e curiosidades.

Fonte: CTB