O IBGE lança, hoje (28), a atualização dos mapeamentos de Geologia, Geomorfologia, Pedologia e Vegetação de todo o Brasil na plataforma de visualização e consulta às informações geoespaciais ambientais do Instituto, o Banco de Dados de Informações Ambientais (BDiA). Disponível desde dezembro de 2018, a ferramenta agora passará a contar com novos dados de análise dos solos e com algumas novas funcionalidades para melhorar a experiência dos usuários do portal, facilitando a visualização e interpretação das informações.

 

“Dentre as novidades que estamos disponibilizando estão dados de análise físico-químicas e morfológicas dos solos, oriundas do Projeto RADAMBRASIL, além de um novo nível de detalhamento na geologia, que são as Subprovíncias Estruturais”, sinaliza Marta Minussi Franco, analista do IBGE responsável pelo BDiA.

 

A analista explica que o banco vinha usando apenas o tempo geológico no nível de era/período (cenozoico, mesozoico etc.) e agora, com a alteração, também será possível saber mais sobre a origem das formações rochosas de cada subprovíncia delimitada.

 

“As Subprovíncias Estruturais agrupam as rochas de acordo com a sua origem e evolução, e são a representação espacial dos eventos geológicos relacionados à dinâmica interna da Terra, envolvendo a formação de continentes e oceanos durante os últimos 4,5 bilhões de anos de sua história. Por exemplo, as subprovíncias cujas rochas sustentam as serras do Mar e da Mantiqueira são produtos de um processo tectônico que envolveu a abertura e fechamento de oceano, e a colisão continental, há cerca de 600 milhões de anos, e que resultou na constituição do supercontinente Gondwana”, explica o geólogo Pedro Edson Bezerra, gerente de Recursos Naturais da Unidade Estadual do IBGE no Pará.

 

Além disso, o banco de dados foi atualizado para a versão mais recente (de 2018) do Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS). Assim, o BDiA encontra-se agora de acordo com as classificações mais atuais da comunidade científica no que tange à pedologia (estudo dos solos); além de terem sido feitas correções em todos os temas disponíveis.

 

Já em relação às ferramentas do portal, a novidade são os links para os metadados de cada camada de informação.

 

“Na primeira versão da plataforma BDiA, para que o usuário tivesse acesso aos metadados, era necessário acessar o sistema de Metadados Geocientíficos e então realizar a busca pelo termo desejado, relacionado ao tema visualizado. Agora, o acesso ao metadado foi disponibilizado em cada camada de informação, facilitando o entendimento do histórico do dado geoespacial, bem como as etapas do processo de produção e seus insumos”, detalha Marta Minussi Franco, responsável pelo BDiA.

 

Sobre a plataforma

 

A plataforma de visualização e consulta ao Banco de Dados de Informações Ambientais do IBGE é acessada através do portal BDiA. Dentre as ferramentas presentes estão a possibilidade de navegar pelos temas e seus diferentes níveis de classificação; realizar consultas espaciais por estados, municípios e biomas; realizar consultas a partir do nome de uma unidade de mapeamento; exportar as bases em formato vetorial (shapefile) e as estatísticas relacionadas, as informações das unidades de mapeamento, as análises e os inventários em formato tabular (xls e pdf); consultar um dicionário de conceitos com o significado dos termos e siglas utilizados no mapeamento; e importar outras bases de dados disponíveis em geosserviço no formato wms.

 

O BDiA também oferece um módulo para consulta espacial em grade estatística, que permite a pesquisa entre os diferentes temas do mapeamento de recursos naturais, além de outros produtos do IBGE como o Monitoramento de Cobertura e Uso da Terra, que podem ser consultados de forma intertemática e gerar estatísticas para subsidiar a análise da distribuição dos recursos naturais no país.

 

As bases de dados espaciais que estão hoje disponíveis no BDiA são ajustadas à escala 1:250.000 e produzidas pelo IBGE no âmbito do projeto de Mapeamento de Recursos Naturais. Os mapeamentos foram construídos a partir da interpretação de imagens de sensores orbitais e atividades de campo, em que especialistas de diferentes formações, tais como geógrafos, geólogos, engenheiros florestais e engenheiros agrônomos do Instituto, puderam retratar as características e distribuição espacial de cada um dos temas, em todo Território Nacional.

 

Os aperfeiçoamentos realizados especificamente nos mapeamentos temáticos nessa nova versão foram:

 

Na geologia (rochas)

• Atualização das informações e descrições das Unidades Geológicas;

• Delimitação das Subprovíncias Estruturais, que são subdivisões das Províncias Estruturais do Brasil em subdomínios tectônicos;

• Ajuste das idades inicial e final das Unidades Geológicas, com base na Carta Estratigráfica Internacional, versão 2020;

• Substituição do segundo nível de visualização do tema, de Tempo geológico (Era/Período) pelas Subprovíncias Estruturais;

• Adição de 51.757 pontos com descrições de afloramentos.

 

Na geomorfologia (relevo)

• Revisão do Domínio Morfoestrutural de 23 Unidades Geomorfológicas;

• Atualização das Regiões Geomorfológicas.

 

Na pedologia (solos)

• Atualização das legendas das unidades de mapeamento e pontos de amostragem (oriundos do Projeto RADAMBRASIL) segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS), de 2018;

• Disponibilização dos dados de análises físico-químicas referente aos pontos de amostragem no formato tabular (xls).

 

Na vegetação

• 450 novos pontos de vegetação inseridos

• 3.110 pontos de vegetação com atributos descritivos atualizados

• Revisão da visualização no BDiA das áreas de Contato (Encrave)

• Alterações de títulos no BDiA (camadas, gráficos, legendas, tabelas, pesquisas)

 

Fonte: Agência IBGE