A UGT, União Geral dos Trabalhadores, tem em sua origem a vocação nata para defender a classe trabalhadora através de um movimento sindical amplo e de apoio a cidadania.
Assim se faz presente nas grandes luta pela universalização de direitos e de garantias sociais para os que vivem de salário. A central acredita que o trabalho tem o papel de civilizador e construtor de consciência social. Assim, luta pela humanização das relações do trabalho com valorização de salário e benefícios.
De fato a globalização da economia fortalece o capital e ,por consequência, maximiza os problemas que afligem a classe trabalhadora. Diante dessa realidade, é necessário também globalizar a organização sindical, abrindo as fronteiras para as bandeiras de luta pela dignidade no trabalho e pelo fortalecimento social das camadas mais vulneráveis ao sofrimento no trabalho, em especial as mulheres e a juventude.
Participação da UGT- Políticas de proteção social para as mulheres trabalhadoras
A UGT se fez presente, conforme a convocação da CSA (Confederação Sindical das Américas) no seminário “Seguridade Social de Gênero no Trabalho”, ocorrido de 12 a 14 de Novembro na Guatemala.
Nossa central está convicta da necessidade de lutar pela implementação de mais políticas públicas no Brasil e em toda América Latina, em defesa de bem-estar e seguridade social para a camada de trabalhadores(as) fragilizados (as) pela discriminação e desconstrução de sua identidade social .
A luta pelo direito de ingresso e permanência das mulheres no trabalho passa pelo reconhecimento das especificidades das trabalhadoras, responsáveis pela prole e bem-estar da família. Afinal, elas sofrem com a insuficiência e em alguns casos inexistência de políticas de proteção social.
Essas mulheres vivem o dilema das contradições sociais geradas pela modernidade tecnológica desacompanhada da modernização das relações socioeconômicas entre mulheres e homens nos espaços sociais.
A superexploração do trabalho feminino gerado por essa situação obriga as trabalhadoras a duplas jornadas de trabalho. Com isso, mutila a capacidade laborativa e afasta da profissão precocemente essas trabalhadoras. De maneira invisível e sutil o direito da mulher a cidadania é comprometido, e penalizando simplesmente por ser mulher.
Com advento das mudanças tecnológicas na produção iniciada no século XX, ganha impulso o surgimento de novas categorias de trabalho e profissões. A rapidez desenvolvida para transportar mercadorias e informações fomenta novos negócios, nos quais a presença das mulheres é significativa.
Juventude também requer proteção social
A juventude se depara com o paradigma imposto a boa parte desse grupo de trabalhadores(as), que realizam o mesmo trabalho realizado por outros grupos sem receber as mesmas remuneração e garantias sociais. Sua participação no mercado de trabalho sofre todo tipo de violação, uma verdadeira revisão na legislação que amputa direito já conquistado e reduz salários.
O setor de prestação de serviços latino-americano hoje conta com a concentração de cerca de 70% de mulheres e jovens nos postos de trabalho. Assim, a juventude e mulheres são parte considerável da população vulnerável sujeita a opressão nas relações de trabalho.
A juventude é símbolo de modernização e garantia da continuidade da sociedade. Apesar disso, ocorre a continua desvalorização e a violação de garantias sociais já conquistadas pelos jovens em normas trabalhistas, declaração de direitos humanos e convenções da OIT Organização internacional do Trabalho, situação flagrante em todo América Latina nos mais diversos setores de trabalho em especial no setor de serviços.
Quando o trabalho não é tratado com o devido valor social a esse empregado, considerando seu papel de transformador da natureza e dínamo social, dá-se espaço a distorções de importantes conceitos sobre o direito ao trabalho para a juventude.
As garantias de renda e benefícios sociais sofrem mutilações. Pessoas são afastadas do trabalho cada vez mais cedo. As novas gerações de trabalhadores e trabalhadoras de uma mesma categoria de trabalho são empobrecidas paulatinamente a partir de curvas e curvas salariais, revisão nos programas de inserção ao trabalho, retirada do eixo na formação do individuo, destinadas apenas para a geração de renda mínima, além de forçar a redução de renda e direitos das demais camadas de empregados(as) ao longo do tempo .
Internacionalização da luta das mulheres
Considerando que as mulheres trazem consigo o estigma de “rainhas do lar” (grifo meu), presas a tarefas designadas a mães, filhas e esposas, apesar de também serem coordenadoras, diretoras, gestoras acadêmicas dentre outras profissões com pleno reconhecimento intelectual, essa sobrecarga de trabalho desvaloriza o papel social e explica o adoecimento, mas não justifica a cristalização desse estado de coisas.
Assim, é uma necessidade fomentar a união das trabalhadoras Latina Americana e é fundamental a internacionalização da luta por mudanças e desconstrução dos elementos que vulnerabilizam as mulheres no trabalho e alienam seus direitos.
A materialização das reivindicações se dão quando podemos contar com a presença feminina e juvenil para construir e celebrar Acordos e Convenções Coletivos e outros fóruns de articulação e decisão sindical, incluindo as pautas que defendem a liberdade dessa população trabalhar e participar da sociedade como cidadãos e cidadãs plenos e imprescindíveis para a sociedade.
Diante dessa realidade, a CSA e todos os participantes decidiram concentrar esforços para fazer do Seminário Internacional um fomentador do leque de reivindicações pelo reconhecimento dos direitos da mulher e da juventude em todos os espaços sociais, e de seus papéis importantes como agentes produtivos.
A UGT esta pronta para contribuir com a luta por democracia e igualdade social e pela unidade no movimento internacional dos trabalhadores e trabalhadoras visando, reduzir sempre a defesa da equidade das relações de gênero e juventude no trabalho como um dos elemento de transformação da sociedade para nós e para os que virão.
Por:Valmira Luzia Diretora do Sintratel e Representante da UGT-SP