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O Sintratel realizou, na tarde desta sexta-feira (26), II Encontro: “O protagonismo da face negra no mercado de trabalho e na sociedade”.

O II Encontro realizado pelo Sintratel sobre  equidade racial, contou este ano com o tema "O protagonismo da face negra no trabalho e na sociedade", evidenciando o trabalho sindical, em favor da implementação de ações que visam destacar o protagonismo dos afros descentes  na cadeia produtiva da sociedade, em especial, no setor de telemarketing/teleatendimento. Assim, o ENCONTRO foi transmito ao vivo pelo  YOUTUBE. 

As exposições foram sobre temas como: Perspectivas dos Enfrentamentos e Desempenhos para a Construção de Políticas Sindicais em consonância com o movimento social pró equidade; Resultados para a Maior Integração e Igualdade das Relações Laborais no Mercado de Trabalho; Atribuição do Estado e suas Políticas Públicas de Inserção nos Espaços da Sociedade; Eliminação da Violência e Genocídio da População Negra.

Marco Aurélio Oliveira, presidente do Sintratel, lembrou os mais de 600 mil mortos pelo Coronavírus, se solidarizando com todas as famílias que estão enlutadas e todas as pessoas, que mesmo vencendo o vírus, ainda têm a árdua tarefa de superar as sequelas deixadas pela doença, ressaltando também que o combate ao racismo é prioridade para o movimento sindical.

Já, Paulo Martins, Secretário de Equidade nas  relações do trabalho, destacou a continuidade da fomentação de palestras, construções de comitês pró equidade, aplicação de planos de  cargos e salários como  combate à invisibilidade  dos afro descendentes nos espaços de prestígio da  sociedade.

De acordo com Martins, a liberdade e igualdade prevista pelo constitucional nacional precisa se materializar através do fim da invisibilização do sofrimento e prejuízos sociais e econômicos causados a séculos no Brasil pela discriminação.

Valmira Luzia, secretária de Finanças do Sintratel em sua exposição revisitou a origem do racismo "A BRASILEIRA" consolidado por séculos de negação da identidade multicultural e racial no Brasil, apequenado a importância do legado ancestral deixado pelos africanos em todas as vertentes da sociedade. A ausência de oportunidade de ascensão no trabalho, de acordo com Valmira  Luzia, é um reflexo e todas as demais formas de cerceamento de oportunidade a educação, da ocupação dos espaços de poder da sociedade e por consequência desnaturaliza os negros em gerências, mesas de negociações coletivas e diretorias até nas empresas do nosso setor.

"A nossa luta dá um salto de qualidade quando   reconhecemos o direito dos afrodescendentes de também estar em evidência nos comandos da sociedade. Não aceitamos os estereótipos de pessoas com pé na senzala candidatos a cesta básica,  pessoas do cabelo ruim ou pouco apresentável nos espaços de  poder, somos iguais todos em capacidade,  basta que tenhamos oportunidade de exercer nossa cidadania", concluiu Valmira.

Em sua intervenção, Orlando Silva mencionou a música de Elsa Soares que diz que “a carne mais barata do mercado é a carne negra”, afirmando que essa é uma denúncia gravíssima do impacto que o racismo estrutural no Brasil tem para todos e que, apesar da tragédia que essa situação representa, ainda é possível virar arte e poesia.

“Fui vice-presidente de uma comissão parlamentar de inquérito que apurou o genocídio contra a juventude negra na periferia e os números são escandalosos, eu diria que esses números representam uma epidemia pelo alcance que esses fatos têm na vida desses meninos e meninas, que têm seus sonhos destruídos ainda na juventude”, destacou Orlando.

Elizeu Soares, fez um relato histórico assegurando que o Brasil é uma sociedade violenta, pois cresceu sobre o apogeu da violência e que naturaliza a violência, viveu 300 anos de escravidão e isso se reflete nos dias atuais.

Maria Silvana Silva expôs as dificuldades que a população negra tem no mercado de trabalho e apontou que a luta contra o racismo não pode se limitar apenas as ações realizadas em um mês e sim ao longo dos 365 dias do ano. “Eu não gostaria de comemorar apenas o mês de novembro, só esse período não é suficiente para a gente falar dos negros, a gente deveria praticar isso de janeiro a dezembro”.

O evento contou com a participação dos trabalhadores e trabalhadoras das empresas A&C, KAINOS, Zanc, Flex, Intervalor e Sercom, dentre outras, que possibilitaram efetivamente que a transmissão fosse reproduzida aos seus funcionários e funcionárias.

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