Na Mídia

Após 15 dias da primeira manifestação, milhares de estudantes voltam às ruas em todo o país em segundo ato em defesa da educação. Salvador e Distrito Federal foram as capitais que abriram as manifestações desta quinta-feira (30). No fim da tarde, milhares de manifestantes fecharam o 30m de protestos nas capitais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

 
Em São Paulo, no Largo da Batata uma multidão se fez presente em protesto contra os cortes na Educação.Em São Paulo, no Largo da Batata uma multidão se fez presente em protesto contra os cortes na Educação.
Esse foi o segundo ato em defesa da Educação neste mês, o primeiro foi há 15 dias, 15 de maio e levou milhões às ruas em todo o Brasil em defesa da Educação contra o corte de verbas de R$ 7 bilhões na Educação promovidos pelo governo Bolsonaro.

"Nossa mobilização segue contra os cortes no orçamento da educação e os ataques à autonomia das universidades. A resposta dos estudantes à falta do diálogo do governo e a forma como trata a educação e a pesquisa está nesse grande movimento nas ruas”, avalia Marianna Dias, presidenta da UNE.

Em Salvador, na Bahia, cerca de 70 mil estudantes ocuparam a Praça do Campo Grande desde às 10h. Ilhéus e Juazeiro, também na  Bahia, levaram 4 mil e 2 mil pessoas às ruas, respectivamente. Só no estado, 18 cidades tem atos marcados até o período da tarde. 


Foto: Fernando Udo 

O presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Natan Ferreira, pediu respeito aos estudantes e avaliou que a adesão do povo a esse segundo ato revela a insatisfação crescente com a condução de Bolsonaro no governo. “Estamos mostrando para o Brasil o grande tsunami da educação baiana. Bolsonaro, respeite a educação brasileira”, disse.

Muitos municípios com menor número de habitantes também organizaram manifestações, como foi em Araraquara e Tupã (SP), Luziânia (GO), Iguatu e Barbalha (CE), entre outras.

No Distrito Federal, a multidão de 30 mil pessoas se reuniu em frente ao Museu Nacional, entoando cantos como “Quero estudar, ser inteligente, de burro já basta o presidente”. 

O movimento teve início pouco depois das 10h30 e reuniu estudantes, professores, técnicos-administrativos e representantes políticos. Debaixo de um sol quente, por volta das 12 horas, os manifestantes seguiram, com cartazes, faixas e gritos, rumo à Praça das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional, e deram a volta na Esplanada. 




Fotos: Fred Vazquez/Ag. Contee

Em Goiânia-GO cerca de 10 mil foram as ruas em protestos, a maioria universitários e professores. A cidade deve receber nesta sexta-feira (31) pela manhã, a presença do presidente Jair Bolsonaro. Ele deve participar da 46ª Assembleia-Geral Extraordinária da Convenção das Assembleias de Deus, Ministério Madureira, no bairro de Campinas. 




Em Rio Branco, no Acre também teve protesto contra os cortes na Educação.

 

Em Cuibá (MT), cerca de 20 mil participaram da manifestação, a maioria estudantes secundaristas, que entoaram "Das ruas, das praças, o povo não fugiu, aqui está presente o movimento estudantil". Imagem abaixo:
 






No Piauí, mais de cinco mil estiveram na Praça da Liberdade, em Teresina, além da capital, Picos e Parnaíba, Campo Maior, São João do Piauí realizaram atos em defesa da educação e contra Bolsonaro. Outros municípios também programaram atos para hoje.







Rio de Janeiro e São Paulo

Os maiores atos ocorreram no período da tarde, nas capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, dentre outras. 

No Rio de Janeiro, a passeata com mais de 100 mil pessoas saiu da Candelária e seguiu até a Cinelândia, ocupando praticamente toda a Rio Branco. Além das lideranças estudantis da UNE, Ubes e ANPG, participaram também parlamentares e dirigentes do PCdoB, PT e PSOL, lideres de sindicatos e do movimento LGBT, indígenas, mulheres e outros muitos segmentos sociais.







Abaixo um vídeo da manifestação em São Paulo, que reuniu cerca de 300 mil pessoas que se concentraram no Largo da Batata, Zona Oeste da cidade e depois sairam em caminhada até a Avenida Paulista.





Em Pernambuco, mais de 60 mil estudantes, professores e indignados foram as ruas de Recife nesta tarde, mas ainda pela manhã, cerca de cinco mil pessoas participaram dos protestos registrados em Caruaru. 

Confira:

 
Em Curitiba, no Paraná foi colocada na UFPR uma faixa ainda maior que a retirada no ato dos bolsonaristas no último dia 26. Até o momento os números de manifestantes não haviam sido divulgados. 


Apesar da chuva, os manifestantes usaram guarda-chuvas, propiciando uma imagem (acima) ainda mais bonita. Foto: Franklin de Freitas.

 
Em Santa Maria (RS), a chuva e o frio não deram treguá aos manifestantes, mesmo assim, os manifestantes gritavam palavras de ordem e barraram as ruas da cidade. Fotos (acima): Renato Reis.

Porto Alegre




Pelo mundo

A defesa da educação de qualidade extrapolou as fronteiras. Ocorreram atos na Espanha, Inglaterra, Portugal, Holanda, Suíça, Irlanda e Estados Unidos.

 

Fonte:  Portal Vermelho, com informações da UNE e da ANPG

Cartões antigos e sem identificação perderão validade em 30 de setembro.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) da Prefeitura de São Paulo decidiu prorrogar até o dia 30 de setembro o prazo para utilização de saldo do Bilhete Único superior a R$ 43 em cartões emitidos antes de 2014.

Inicialmente, uma portaria publicada em abril para regulamentar as novas regras do Bilhete Único previa que o crédito dos cartões antigos venceria a partir do dia 1º de junho.

De acordo com a SMT, a decisão de ampliar o prazo foi tomada para beneficiar os passageiros que ainda não conseguiram reduzir o saldo. Ela foi publicada na edição desta quinta-feira (23) no Diário Oficial.

Cerca de 50 mil cartões com códigos 52, 59 e 110 estão nessa condição. A SPTrans orienta o usuário a consultar a situação do seu Bilhete Único pelo site da SPTrans.

Prefeitura amplia prazo pra uso de créditos do Bilhete Único

Quem precisa trocar o Bilhete Único?

Somente quem possui no mesmo cartão as seguintes situações:

  • Utiliza somente crédito comum;
  • Não tem créditos vale-transporte;
  • O cartão foi emitido antes de 2014 ou é anônimo;
  • Não utilizará o excedente de crédito comum acima de R$ 43 até 30/09/2019.

Novas Regras

No dia 23 de fevereiro, a Prefeitura publicou um decreto alterando as regras para o uso do Bilhete Único na capital. O texto foi regulamentado em portaria publicada no dia 5 de abril. Entre as novas regras estão:

Um cartão por pessoa

Cada usuário terá direito a apenas um Bilhete Único, de acordo com o seu CPF. O passageiro pode pedir uma segunda via em caso de inutilização, extravio, perda, furto, roubo ou cancelamento.

Cartões antigos vão vencer

Os cartões de tecnologia antiga (sem foto) (I – Cartões Classic 1K, códigos 52 e 59; II – Cartão Plus 4K, código 110) perderão a validade em 30 de setembro. Neles, o usuário só pode carregar o valor equivalente a dez tarifas (ou seja, R$ 43). Depois desta data, o passageiro deverá entregar seu cartão antigo à SP Trans e solicitar um novo. Os créditos remanescentes poderão ser transferidos gratuitamente.

Os cartões de Bilhete Único para quaisquer dos perfis de usuários do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros na Cidade de São Paulo serão fornecidos exclusivamente no modo personalizado, mediante prévio cadastro do usuário portador.

Cartão custa sete tarifas de ônibus

Para a primeira emissão do Bilhete Único o passageiro vai pagar o valor correspondente a sete tarifas de ônibus (a tarifa atual custa R$ 4,30, portanto, o usuário vai pagar R$ 30,10 pelo primeiro Bilhete Único.

Segunda via deve ser solicitada com BO

Se você teve o cartão do Bilhete Único furtado ou extraviado, deve ligar para o telefone 156 e solicitar o imediato cancelamento, caso contrário, poderá responder por eventuais irregularidades caso alguém pegar seu cartão e usá-lo indevidamente.

Para pedir uma segunda via, o passageiro também deve ligar para o telefone 156 e apresentar um Boletim Ocorrência. O usuário vai pagar um valor de sete tarifas de ônibus pela segunda via.

Validade da tarifa antiga até 180 dias

Segundo a portaria, sempre que a passagem do transporte público aumentar, o usuário terá 180 dias a partir do reajuste para usar os créditos da tarifa antiga. Depois deste prazo, passará a ser descontado do eventual saldo remanescente acumulado o valor da nova tarifa vigente.

Validade dos créditos

Os créditos adquiridos até 23 de fevereiro têm cinco anos de validade. Os adquiridos depois desta data, terão um ano para serem usados.

Bilhete inativo

Se o usuário ficar um ano sem usar o Bilhete Único, o cartão será cancelado. O passageiro poderá transferir os créditos para uma segunda via do cartão. Expirado o prazo de transferência ou a validade dos créditos, o valor será destinado ao serviço de transportes.

Bilhete diário ou mensal

A validade dos créditos dos bilhetes temporais (diário ou mensal) passa a ser contada a partir da primeira utilização (24 horas para o bilhete diário e 31 dias para o bilhete mensal).

Fraudes por uso irregular

A portaria determina ainda punições para o caso de fraudes com cartões, que podem ser de seis meses, um ano, dois anos eu cancelamento definitivo.

Fonte: G1

Os resultados de empresas são melhores, às vezes em até 20%, quando empregam mais mulheres em posições de chefia, afirmaram especialistas trabalhistas das Nações Unidas na última quarta-feira (22). Eles alertaram que a maior parte das empresas expressa a ideia de igualdade de gênero apenas em reuniões, sem concretizá-las.

 

Em um relatório cobrindo 13 mil empresas em 70 países, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmou que, globalmente, em torno de seis a cada dez organizações privadas concordaram que a diversidade de gênero melhorou os negócios. Os entrevistados citaram ganhos em criatividade, inovação e reputação.

 

Em termos de lucros, quase três quartos das companhias que monitoraram a diversidade de gênero em posições de gestão relataram aumentos entre 5 e 20%. A maioria teve crescimento de 10 a 15%.

 

Além de lucros mais altos, a autora do relatório, Jae-Hee Chang, também destacou que a presença de mais mulheres em salas de reuniões também leva a mais gestoras em níveis de entrada, médios e sêniores.

 

Apesar destas conclusões positivas, menos de um terço dos conselhos de companhias em todo o mundo possui pelo menos 30% de participação feminina. O número é “a massa crítica” quando os efeitos positivos de mais mulheres na gestão sênior começam a se mostrar, de acordo com a OIT.

 

“O que acontece na própria liderança sênior passa para baixo”, disse. “Isto tem uma associação e conexão com o desempenho de negócios.”

 

“É claro que ainda há menos mulheres neste tipo de cargos sêniores do que na força de trabalho como um todo, e quanto mais alto você for na cadeia de comando de uma empresa, menor é a probabilidade de encontrar uma mulher”, disse Deborah France-Massin, diretora do Departamento da OIT para Atividades de Empregadores.

 

Em nível nacional, o relatório da ONU também encontrou uma correlação entre mais funcionárias mulheres e o aumento de produção, com base em dados de 187 países, de 1991 a 2017.

 

“Esperávamos ver uma correlação positiva entre diversidade de gênero e sucesso empresarial, mas estes resultados são de abrir os olhos”, explicou France-Massin.

 

“Quando você considera os esforços que companhias fazem em outras áreas para conseguir apenas dois ou três por cento em lucros, a importância é clara: companhias devem olhar para o balanço de gênero como uma questão de base, não apenas como uma questão de recursos humanos.”

 

Apesar dos “vieses conscientes e inconscientes” que impedem mulheres de serem expostas a uma série de tarefas em empresas que ajudam a garantir progressão na carreira, há evidências de que esta discriminação está sendo respondida, insistiu France-Massin.

 

Isto se deve em parte ao aumento dos níveis de educação, que estão gradualmente criando um número maior de meninas talentosas em todos os lugares, disse, alertando que a discriminação de gênero no ambiente de trabalho é possivelmente um problema maior do que pensado anteriormente.

 

“Isto vai além do ambiente de trabalho”, disse. “Ambientes de trabalho são microcosmos de sociedades e da cultura em que surgiram. Companhias só podem ir até certo ponto, mas isto também é sobre mudanças sociais e o papel de mulheres na sociedade e a aceitação de que, conforme os ambientes de trabalho progridem, companhias precisam de talentos para avançar, e algumas das barreiras que costumavam existir precisam ser quebradas ainda mais.”

 

Fonte: ONU Brasil

 

A partir desta quarta-feira (29), as empresas de aluguel de patinetes elétricos estarão sujeitas a fiscalização e multas em caso de descumprimento das novas normas da Prefeitura de São Paulo divulgadas no último dia 13.

 

Na manhã desta quarta-feira, a reportagem da GloboNews flagrou usuários de patinete sem capacete na ciclovia da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste da cidade. Está é uma das obrigatoriedades no uso do equipamento (veja mais abaixo) e a pessoa pode ser multada. As multas em caso de descumprimento podem variar de R$ 100 a R$ 20 mil.

 

“As multas são aplicadas em cima das empresas que detêm os patinetes, da mesma forma que a gente multa uma empresa locadora de veículos. Depois, a locadora pode passar essa multa para o usuário”, afirmou o prefeito Bruno Covas (PSDB) no dia da divulgação das normas.

 

De acordo com a Prefeitura, a medida ainda é provisória. Regras mais detalhadas serão discutidas nos próximos três meses junto com as 11 empresas que responderam a um chamamento público e assinaram um termo de responsabilidade para oferecer o serviço.

 

As empresas são obrigadas a:

  • Promover campanhas educativas sobre o uso correto dos equipamentos;
  • Fornecer pontos de locação fixos e móveis que poderão ser identificações por aplicativos ou sites;
  • Recolher os equipamentos estacionados irregularmente;
  • Arcar com todos os danos decorrentes da prestação de serviço;
  • Manter os dados dos usuários confidencialmente;
  • Fornecer os dados dos usuários aos órgãos municipais ou de segurança pública, caso sejam solicitados;
  • Informar à SMT, mensalmente, o número de acidentes registrados no sistema.

O que diz o Código de Trânsito

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), os patinentes devem atender às regras para "equipamentos de mobilidade autopropelidos" (com algum tipo de motorização e com as dimensões de largura e comprimento iguais ou inferiores às de uma cadeira de rodas).

 

Diferentemente das regras da Prefeitura de São Paulo, o Código Brasileiro de Trânsito (CTB) prevê que os patinetes andem somente em áreas de circulação de pedestres, ciclovias e ciclofaixas, e não nas ruas.

 

Também é obrigatório o patinete ter indicador de velocidade, campainha e sinalização noturna, dianteira, traseira e lateral, no equipamento.

 

De acordo com o órgão, fica a cargo de cada município e do Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal regulamentar demais regras sobre a circulação e estacionamento dos patinetes.

 

Fonte: G1

A taxa de desemprego total na Região Metropolitana de São Paulo aumentou de 16,1%, em março, para 16,7%, em abril.

 

Os dados, divulgados hoje (28), são da Pesquisa de Emprego e Desemprego, da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados e do Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Seade-Dieese). O total de desempregados foi estimado em 1.872 mil pessoas, 100 mil a mais do que no mês anterior.

 

Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto aumentou de 13,5% para 13,9% e a de desemprego oculto passou de 2,6% para 2,8%. A taxa de desemprego total é composta pela soma das taxas de desemprego aberto e oculto. A taxa de desemprego aberto contabiliza pessoas que procuraram trabalho nos últimos 30 dias e não exerceram nenhum trabalho nos últimos sete dias anteriores à entrevista.

 

Já a taxa de desemprego oculto corresponde a pessoas cuja situação de desemprego está oculta pelo trabalho precário, conhecido como bico, ou pelo desalento; sendo que não houve procura de trabalho nos últimos 30 dias, e, sim, nos últimos 12 meses anteriores à entrevista.

 

Nível de ocupação

Segundo a pesquisa, o resultado decorreu do aumento insuficiente do nível de ocupação (geração de 105 mil postos de trabalho, ou 1,1%), para absorver a expansão da População Economicamente Ativa (205 mil pessoas se incorporaram à força de trabalho da região, ou 1,9%).

 

O contingente de ocupados foi estimado em 9.339 mil pessoas. Houve diminuição do emprego assalariado (-1,3%), resultado da retração do assalariamento com carteira de trabalho assinada no setor privado (-2,2%), parcialmente compensada pelo aumento do assalariamento sem carteira assinada (3,6%).

 

A pesquisa constatou aumento nos contingentes de autônomos (9,6%), empregados domésticos (1,0%) e aqueles classificados nas demais posições (4,5%) – composto por empregadores, donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração e profissionais liberais.

 

Entre fevereiro e março de 2019, permaneceu relativamente estável o rendimento médio real dos ocupados (-0,1%) e elevou-se o dos assalariados (1,0%), que passaram a ser estimados em R$ 2.100 e R$ 2.208, respectivamente.

 

Fonte: Agência Brasil

 

Em abril, o custo da cesta básica subiu em todas as 18 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada hoje (7), pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

As altas mais expressivas ocorreram em Campo Grande (10,07%), São Luís (7,10%) e Aracaju (4,94%).

 

A cesta mais cara do país foi a de São Paulo, onde o conjunto de alimentos essenciais custava, em média, R$ 522,05, seguida pela cesta do Rio de Janeiro, R$ 515,58, e de Porto Alegre, R$ 499,38. As cestas mais baratas, em abril, eram as de Salvador, R$ 396,75, e Aracaju, R$ 404,68.

 

Nos primeiros quatro meses de 2019, todas as cidades analisadas pela pesquisa apresentaram alta acumulada. Os maiores aumentos foram observados em Vitória (23,47%) e Recife (22,45%). O menor aumento acumulado ocorreu em Florianópolis, com alta de 5,35%.

 

Salário mínimo

Com base na cesta mais cara do país, observada em São Paulo, o valor do salário mínimo em dezembro, necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de R$ 4.385,75, o que equivale a 4,39 vezes o valor do salário mínimo atual, de R$ 998,00.

 

Fonte: Agência Brasil

No segundo ano da faculdade de Administração Pública, Samira Ferreira, de 21 anos, aprendeu de um jeito dolorido o que é déficit. Hoje, sua dívida pessoal soma R$ 50 mil, metade com o banco, outra parte com a instituição de ensino. “Minha dívida cresce para que eu possa estudar”, diz ela, que está com o nome sujo e não sabe o que fazer para resolver a situação. “Tenho de me concentrar em uma coisa por vez, mas espero que isso não me prejudique lá na frente.”

 

A situação de Samira não é muito diferente de parte de seus amigos. Histórias que, agora, ganham contornos por meio de um levantamento inédito feito pela Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo birô de crédito SPC Serasa. As instituições mapearam a situação financeira dos brasileiros entre 18 e 24 anos, que dão os primeiros passos profissionais. 

 

Dos entrevistados, 78% possuem alguma fonte de renda, sendo que 65% afirmam contribuir financeiramente para o sustento da casa. O principal comprometimento é com a alimentação (51%). A pesquisa ouviu 801 jovens, entre homens e mulheres de todo o Brasil, de 20 de fevereiro a 6 de março.

 

O endividamento da moçada não é muito diferente do resto dos brasileiros mais velhos, já que 40% da população total do País terminou 2018 endividada, segundo a CNDL. Mas é mais preocupante, pois indica que as gerações mais novas não vêm sendo educadas financeiramente – e o problema tende a persistir. “É necessário realizar algum tipo de política pública para aumentar a educação financeira dessa população”, diz Daniel Sakamoto, gerente de projetos da CNDL. 

 

Desemprego 

Pelo fato de o estudo ter sido o primeiro a ser realizado com esse corte de faixa etária, é difícil inferir o impacto da crise econômica nessa população. Ou do desemprego, que chega a 30% entre os jovens, ante 13% da população geral. “Não há parâmetros de comparação, mas com certeza as famílias enfrentam agora alto desemprego e gargalo de consumo”, diz. “Exatamente por isso, o jovem precisa contribuir mais com as contas de casa, o que aumentou o problema.”

 

Samira, por exemplo, toma emprestado R$ 7 mil por semestre da instituição de ensino, como parte do programa de bolsa de estudos. É com esse valor que ela paga o aluguel da república na qual mora (R$ 650 por mês), cobre os gastos com alimentação, transporte e, de vez em quando, ajuda os pais, que moram em São José dos Campos (SP). “Estudo em período integral e não consigo trabalhar, faço apenas alguns bicos durante as férias”, diz. No fim de semana antes do feriado de 1.º de maio, ela trabalhou na sorveteria do pai de uma amiga em Ubatuba para conseguir um dinheiro extra. “Minha família precisa de mim, tenho de ajudar.”

 

Para Guilherme Prado, presidente da Bem Gasto, projeto de educação financeira nascido no Insper, além de trabalharem para completar o orçamento doméstico, os jovens entram no mundo adulto sem referências de como e onde gerenciar os novos recursos. “O descontrole financeiro dos jovens é, no momento, um grande problema nacional e sem atenção devida das autoridades”, afirma Prado. Segundo ele, o objetivo inicial da Bem Gasto era atender às comunidades carentes com técnicas de planejamento financeiro. “Neste ano, por conta da realidade que encontramos em nossas caminhadas pelo Brasil, resolvemos redirecionar a atuação para os jovens, justamente entre 18 e 24 anos”, afirma.

 

Para ele, falar de dinheiro é um tabu dentro de casa. “Os pais não dizem quanto ganham nem para seus companheiros”, diz ele. “Quando o filho começa a trabalhar, não faz a menor ideia do que fazer com o dinheiro. Só sabe que quer comprar um celular e trocar de tênis.”

 

Dados da pesquisa mostram que, entre as dívidas de longo prazo, 26% dos jovens que se declaram endividados estão comprometidos com pagamentos de crediários e carnês, 21% têm parte do orçamento destinado à amortização de empréstimos pessoais e consignados e outros 21% tentam quitar as parcelas de financiamento para automóveis. “O que identificamos é que, com a crise, eles precisam ajudar em casa e acabam se enrolando com esses gastos de longo prazo”, afirma Sakamoto. 

 

Fonte: Estadão

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