Lula criticou empresas de aplicativos — Foto: EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK via BBC

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Declaração do presidente ocorre no momento em que apps promovem demissões em massa. Discurso foi acompanhado por dirigentes sindicais e pelo ex-presidente uruguaio Pepe Mujica.

 

Em um discurso para a Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas nesta quarta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as empresas de aplicativos e afirmou que os apps "exploram os trabalhadores como jamais foram explorados".

"As fábricas já não têm a quantidade de trabalhadores que tinham, o trabalho informal ocupa espaço do formal, e as empresas de aplicativos exploram os trabalhadores como jamais foram explorados. Cabe aos dirigentes sindicais representar os trabalhadores para a seguridade social que os trabalhadores estão perdendo em todo o mundo", disse Lula.

O presidente afirmou – no evento no Palácio do Planalto, em Brasília – que o movimento de organização dos trabalhadores em geral vive uma situação complicada e que é preciso retomar o diálogo do governo com o movimento sindical para formalizar um novo "pacto" entre os trabalhadores e as empresas.

Lula citou que em alguns modelos de trabalho, como os contratos intermitentes e temporários, os trabalhadores brasileiros não conhecem seus empregadores e, por isso, não têm a quem reclamar quando encontram um problema.

 

Reunião

Participaram do evento:

 

  • Fred Redmond, vice-presidente tesoureiro da AFL-CIO;
  • Antonio de Lisboa Amancio Vale, presidente-adjunto da Confederação Sindical Internacional e secretário de Relações Internacionais da CUT Brasil;
  • Jordania Miguelina Ureña Lora, secretária-geral adjunta da Confederação Sindical Internacional;
  • Francisca Jiménez Paniagua, presidente adjunta da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas;
  • José "Pepe" Mujica, ex-presidente do Uruguai;
  • Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego;
  • Rafael Freire Neto, secretário-geral da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas.

 

Empresas de tecnologia demitem

Lula deu as declarações no mesmo dia em que o iFood, o principal aplicativo de delivery do Brasil, anunciou a demissão de 355 funcionários, o que representa 6,3% de sua força de trabalho no Brasil.

A empresa afirmou que o "atual cenário econômico mundial" tem exigido mudanças de rotas nas empresas.

A redução no iFood ocorre em um período em que outras empresas de tecnologia também promovem demissões em massa. Mais de 50 mil funcionários foram demitidos desde novembro de 2022 nas big techs (Amazon, Google, Meta, Microsoft e Twitter), incluindo em escritórios no Brasil.

Em 2022, empresas como Loft, QuintoAndar e Kavak também anunciaram demissões no seu quadro de funcionários. Os desligamentos aconteceram após um boom de crescimento nos últimos anos, em especial no auge da pandemia.

Desde abril de 2022, pelo menos 10 startups cortaram seu número de funcionários. Essas dispensas vêm após um boom de crescimento nos últimos anos, em especial durante o auge da pandemia, que levou investidores a liberarem valores altos para as empresas.

No entanto, especialistas apontam um cenário de cautela por parte dos investidores diante dos desafios econômicos atuais no contexto global, como inflação, juros altos, queda no consumo, além da diminuição da demanda pelos serviços de tecnologia com o fim do isolamento social.

De forma geral, as startups justificam as demissões com ajustes, reorganização ou mudanças de prioridades.

Com menos recursos para o financiamento de novos ciclos de crescimento, as empresas acabaram optando por uma mudança de rumo que abrange revisão de projetos e contenção de despesas, que inclui os cortes com pessoal. E, pelo menos por enquanto, a priorização do ritmo de crescimento parece estar sendo substituída pela do foco em resultados sustentáveis.

 

Fonte: G1

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